quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Redes móveis terão 11 vezes mais tráfego em 2018 no mundo


O tráfego mundial crescerá 11 vezes nos próximos quatro anos, de acordo com o estudo Visual Networking Index (VNI) Global Mobile Data Traffic da Cisco divulgado nesta quarta, 5. O levantamento estima que isso significará uma taxa operacional de 190 exabytes (ou 190 bilhões de gigabytes consumidos) por mês até 2018, impulsionada pelo aumento do número de conexões de Internet móvel e pela melhoria da conectividade.

Apenas entre 2017 e 2018, o crescimento será de 5,1 exabytes/mês, o que significa mais de 400% o consumo de toda a Internet móvel em 2013, que registrou 1,5 exabytes/mês.

A região que mais crescerá é a do Oriente Médio e a África, que aumentará 14 vezes, com taxa de crescimento médio anual (CAGR) de 70%. A América Latina terá CAGR de 66%, ou um crescimento de 13 vezes. Entretanto, será o bloco geoeconômico que terá menor tráfego dentre todos. Dividido por região, o tráfego mensal ficará da seguinte forma em 2018:

Ásia-Pacífico: 6,72 exabytes/mês;
América do Norte: 2,95 exabytes/mês;
Europa Ocidental: 1,9 exabytes/mês;
Europa Central e Oriental: 1,64 exabytes/mês;
Oriente Médio e África: 1,49 exabytes/mês;
América Latina: 1,16 exabytes/mês.

Velocidade

Esse aumento exponencial do mercado global se deve a uma série de fatores, como aumento da base, do número de conexões e da qualidade das redes. O estudo VNI diz que haverá um crescimento de 800 milhões de usuários móveis daqui a quatro anos, o que totalizará 4,9 bilhões de pessoas utilizando a Internet em dispositivos móveis como smartphones e tablets. Haverá também três bilhões de conexões móveis a mais em 2018, ou 10 bilhões.  Esse montante será dividido em oito bilhões de dispositivos pessoais e dois bilhões de conexões máquina-a-máquina (M2M).

A companhia afirma ainda que as velocidades serão mais altas, com a média global quase dobrando ao sair de 1,4 Mbps em 2013 para 2,5 Mbps em 2018.

  Velocidade (kbps)
  2012
  2013
  2014
  2015
  2016
  2017
  CAGR
  Conexão Móvel
  1.387
  1.676
  1.908
  2.147
  2.396
  2.509
  13 %
  Smartphone
  3.983
  4.864
  5.504
  6.132
  6.756
  7.044
  12 %

 O aumento de velocidade se dará também pela migração para tecnologias mais eficientes, como o 3G e o 4G. Até 2018, as conexões LTE serão 15% do total, contra 2,9% em 2013. Mas em se tratando de tráfego, os dispositivos 4G crescerão 18 vezes no período (CAGR de 78%) e consumirão mais da metade (51%) do total de dados móveis, ou 8 exabytes mensais. Em 2013, a quarta geração consumia 448 petabytes/mês, ou 30% do total.

Por outro lado, haverá mais dados sendo escoados para a rede Wi-Fi e de small cells. Em 2018, 17,3 exabytes/mês serão levados às redes Wi-Fi e de small cells, enquanto 15,9 exabytes/mês ficarão nas redes móveis. Segundo a previsão do VNI, 52% do tráfego global móvel será descarregado nessas redes alternativas, contra 45% em 2013.

Consumo

Isso se refletirá ainda no consumo de conteúdo: no final do período da projeção, os vídeos over-the-top (OTT) serão 69% do tráfego global de dados móveis, contra 53% em 2013. Em contrapartida, outros recursos serão utilizados menos, como a navegação e outros apps de dados, que cairão de 28% para 17%; e o streaming de áudio, que sairá de 14% para 11%. O uso da nuvem nas redes móveis crescerá 12 vezes em 2018, crescimento de 64%.

Dispositivos

A Cisco categoriza como dispositivos "inteligentes" smartphones, laptops e tablets. Esses aparelhos representarão cerca de 94% do tráfego global de dados móveis em quatro anos. O restante será composto por M2M (5%), "aparelhos básicos" (1%) e outros portáteis (0,1%).

Mas a grande aposta da Cisco é na Internet das Coisas (IoE, na sigla em inglês). Segundo a empresa, a estimativa é que as conexões máquina-a-máquina cheguem a 10 bilhões até 2018, ou 1,4 vez maior que a população mundial. Isso representará 20% do total de dispositivos móveis conectados e irá gerar 6% do tráfego mundial em redes de celular. Em 2013, as proporções eram de 5% e 1%, respectivamente.

A empresa destaca ainda o crescimento de dispositivos de vestir (wearable devices), como relógios, óculos e sensores inteligentes que possuem conexão embutida ou precisem de um smartphone para funcionar. A estimativa da companhia é que havia 21,7 milhões desses acessórios em 2013, total que crescerá para 176,9 milhões de dispositivos em 2018.

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